Brigada ligeira

Publicado em meados de 1945 na coleção Mosaico da Livraria Martins Editora, foi o primeiro livro de Antonio Candido e reúne alguns artigos da sua coluna semanal Notas de crítica literária, na Folha da Manhã, atual Folha de S. Paulo, jornal de que foi “crítico titular”, como se dizia, de janeiro de 1943 a janeiro de 1945, tendo começado esta atividade em 1941 na Revista Clima.

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Sobre a Obra

Salvo dois artigos, o primeiro sobre O amanuense Belmiro (1936), de Ciro dos Anjos, outro sobre Monsieur Ouine (1943), de Georges Bernanos, eles formam um conjunto sobre a narrativa brasileira da década de 1940, rica no gênero, representado aqui por obras que vão do realismo urbano de Érico Veríssimo em um de seus melhores livros, O resto é silêncio, até o curioso experimento de cunho surrealista de Rosário Fusco, O agressor, tendo de permeio, A quadragésima porta, de José Geraldo Vieira, exemplo raro entre nós de romance cosmopolita, saturado de cultura. Além destes, há artigos sobre dois exemplos da ficção “nordestina”, que foi um dos veios mais importantes da literatura brasileira imediatamente posterior ao Modernismo: Terras do sem fim, de Jorge Amado, e a maior obra de José Lins do Rego, Fogo morto. Devem ser destacados também o ensaio sobre Oswald de Andrade, primeira tentativa de análise do conjunto da sua obra ficcional, e os artigos sobre os livros de dois jovens autores então desconhecidos: Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector, e A marca, de Fernando Sabino. Ao avaliá-los positivamente, sobretudo ao chamar a atenção para o caráter inovador do primeiro, Antonio Candido estava não apenas prevendo a grande voga de ambos, mas cumprindo uma das tarefas principais do “crítico titular”, isto é, localizar novos talentos.
Naquela mesma altura, aliás, ressaltaria o valor de outro estreante, este em poesia: João Cabral de Melo Neto.
Quanto ao romance Monsieur Ouine, é interessante lembrar que durante a Segunda Guerra Mundial pelo menos dois editores franceses publicaram no Rio de Janeiro livros na sua língua, inclusive este, cujo autor viveu no Brasil de 1938 a 1945. Mais tarde, certos críticos da França admitiram que seus colegas brasileiros souberam avaliar melhor, desde logo, a importância de Monsieur Ouine, publicado aqui de maneira imperfeita e considerado posteriormente, por muitos, a obra-prima de Bernanos.

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