Quem percorre a bibliografia crítica de Antonio Candido constata que ele escreveu pouco sobre teatro. E o motivo para isso talvez seja o fato de seu companheiro de geração e grande amigo da vida toda foi Décio de Almeida Prado, nosso maior crítico teatral e historiador do teatro brasileiro. Diga-se de passagem que também Décio escreveu pouco sobre literatura. Muito provavelmente ambos cultivaram um forte respeito mútuo e se concentraram em seus campos de conhecimento.
Os escritos de Antonio Candido sobre teatro não são muitos, mas a inteligência privilegiada do autor os torna importantes para a compreensão de alguns aspectos da nossa história teatral, principalmente nas décadas de 1940 a 1960, quando a amizade que o ligava a Décio e a Alfredo Mesquita e a relevância do processo de modernização do nosso teatro então em curso o aproximaram dessa forma de arte.