O Banco ABC Roma foi um cliente fiel por 5 anos seguidos: 1992, 1993, 1994, 1995 e 1997. Isso, ainda no período anterior à criação da Ouro sobre Azul quando pudemos projetar, para ele, um grupo de relatórios anuais que buscava se distanciar das soluções correntes naquela faixa de mercado, naquele momento. Graças à confiança do banco e à mão forte que nos dava, sustentando, no âmbito da diretoria, os projetos que apresentávamos ano após ano, estávamos seguras de poder ousar na direção da nossa tendência natural para certa experimentação gráfica. Por isso, quando em 1993 nos foi dito que o banco precisava de uma solução barata, para seu relatório, e que não poderíamos contar com verba nem para fotógrafo, nem para tratamentos de imagens dispendiosos, o caminho que se mostrou foi um só: apoiar as soluções visuais em nossa imaginação e em mais nada.
Sendo assim, transformamos o espaço das páginas em oportunidade de composição, a partir de uma palheta de cores afinadas entre elas e de um princípio gráfico simples, que cortava aleatoriamente o espaço, sempre jogando com o branco do papel. E sem que o cliente tivesse que gastar um real sequer com a etapa de pré-impressão, que não se limitasse ao absolutamente essencial, buscamos criar uma série de experiências visuais contínuas, diferentes entre elas, a partir de um único princípio gráfico. Experiências que pudessem dar, ao leitor, uma sensação agradável e renovada, a cada página.
