Segundo Mário de Andrade “ainda não se percebeu em nossa terra que a cultura é tão necessária como o pão, e que uma fome consolada jamais não equilibrou nenhum ser e nem felicitou qualquer país”. Tão próximo, como artista e como intelectual, tanto da cultura popular quanto da erudita, da língua falada quanto da cantada, em Aspectos da música brasileira Mário se volta para a análise dessas duas formas de expressão, tal como se manifestaram no Brasil, na primeira metade do século XX.
E, trazendo o exemplo desse livro, a Ouro sobre Azul encerra a breve exposição acerca de uma parte do trabalho gráfico por ela desenvolvido que teve, aqui, o propósito de expor a estrutura de um projeto de identidade visual, quando aplicado à uma coleção de livros.
No tocante à advertência de Mário acerca da maneira do Brasil tratar a cultura, advertência feita tem quase um século, somos obrigados a admitir que ela se aplica de forma exemplar ao que, desgraçadamente, ainda se passa em nossos dias, com o extraordinário prejuízo a que temos assistido, para a construção de uma sociedade menos injusta e menos desigual.