Existem certas situações em que é muito difícil para o designer gráfico fazer com que a capa de um impresso – ou de uma série deles – traduza mais frontalmente determinados conteúdos. Nesses casos ele conta com a possibilidade de enveredar por atalhos unicamente tipográficos, nos quais o tom é dado pela palavra escrita ou basicamente por ela. No entanto, diante de situação semelhante, existe ainda a possibilidade de se partir para o arbitrário fazendo com que o projeto da capa proponha uma solução totalmente desligada do texto contido pelo miolo, concentrando-se em oferecer ao leitor só uma experiência plástica e nada além disso.
Foi essa segunda opção a escolhida pela Ouro sobre Azul quando o Ministério da Relações Exteriores do Brasil encomendou o projeto desses três números da Revista publicada por seu Departamento Cultural. Sem nenhuma obrigação de unir os três assuntos a partir de vínculos gráficos explícitos, as capas se concentraram cada uma em si própria, deixando que apenas o título mostrasse alguma uniformidade de tratamento entre as três publicações.
