Quando o material básico de trabalho do designer gráfico se insere no campo das artes plásticas é preciso que ele tome cuidado para não enveredar por projetos muito elaborados, que venham a concorrer visualmente com o universo que foi chamado a expor e organizar. Mas, como certo tipo de designer gráfico carrega consigo uma espécie de bicho carpinteiro sem sossego, quando o impulso de expressão é muito forte, nas situações em que estejam em causa mostras de artes plásticas, esse designer terá necessariamente que domar as pretensões autorais. Pois foi essa a situação posta pelo evento Brasil Europa, ocorrido em julho de 2000 com curadoria de Jean Boghici e Marc Pottier.
Nossa tarefa era projetar um catálogo, galhardetes, o convite para a exposição e as etiquetas identificando cada obra. Sendo assim, adotamos um comportamento absolutamente disciplinado no miolo do impresso, dispondo as obras em páginas nas quais apenas elas pontificavam, acompanhadas das necessárias informações técnicas, e reservamos a aventura gráfica para o símbolo de identificação da mostra, para o convite e para os galhardetes. E, no caso do catálogo, ocupamos com liberdade apenas a capa e a página de rosto do impresso, adotando um comportamento absolutamente neutro em todo o resto.
