Contos novos

Contos novos, outro título da coleção Mário de Andrade, permite uma digressão no tocante ao eixo das questões que têm marcado o universo do livro, no Brasil, aí inscritos dados como o preço do produto; a cultura dos descontos, imposta pelas livrarias; a dificuldade cada vez maior das editoras – de qualquer porte –, para manter as portas abertas em função, entre outros fatores, dos ataques sistemáticos sofridos por instituições públicas de ensino e de apoio à pesquisa; a escassez de leitores, que tendem a suprir a necessidade de fantasia através da televisão, não da ficção literária; a fragilidade do mercado editorial, exibindo sucessivos panoramas – fusão, incorporação e mesmo supressão de empresas – traçados por editoras que dançam a melodia dos interesses comerciais, não daqueles que servem à cultura.

Como exemplo disso tudo, justamente essa coleção Mário de Andrade, em Contos novos, já não é mais editada pela Agir, e sim pela Nova Fronteira, editora, na época, adquirida pelo grupo Ediouro, situação exemplar dessa espécie de quadrilha junina incessante na qual entrou o mercado editorial brasileiro.

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