O cineasta David Perlov – 1930-2003 – nascido no Rio de Janeiro, passou a maior parte da vida entre Paris – onde fez a formação – e Israel –, país em que amadureceu as ideias e o estilo. E foi em Telaviv, justamente, que iniciou, em 1973, os diários filmados de maneira que, a partir daí e por dez anos seguidos, registrou a experiência cotidiana em filme: fatos familiares, convivência com amigos, viagens, acontecimentos políticos, extraindo disso tudo uma visão original do mundo e do cinema.

Esse conjunto de cd’s está dividido em seis capítulos onde, segundo um texto de Ilana Feldmann, que introduz o libreto referente à série, existe uma tensão permanente entre “o público e o privado, o cotidiano e o sagrado, o poético e o político, a história coletiva do século XX” e a trajetória pessoal de Perlov. Neles – e em todos os outros cd’s lançados pelo IMS –, o projeto da Ouro sobre Azul seguiu a norma de manter alguns elementos gráficos constantes – tanto na capa quanto na diagramação do libreto –, em torno dos quais se moveu com a liberdade necessária para dar, a cada um, uma identidade própria.