Esse trabalho resultou de um convite feito pela AIGA The American Institute of Graphic Arts / Sessão Raleigh, ainda na primeira metade dos anos de 1990, para participação, junto com outros 99 designers de várias nacionalidades, de uma mostra concebida para percorrer os EUA, cujo tema era o ex-libris. Como eu jamais tivesse recebido uma encomenda do gênero, para poder participar, resolvi fazer um ex-libris para mim mesma. O resultado foi esse arranjo em vermelho e preto onde inseri as inicias do meu nome junto com a identificação da peça gráfica. Nunca imprimi esse ex-libris para colar em nenhum livro meu. Mas às vezes fico me perguntando se não seria engraçado carimbar um por um deles com essa marca, reproduzida num tamanho discreto para que a excessiva pregnância do desenho não se impusesse demais à página de falso rosto. E para que um dia – quem sabe? – quando eu já não estivesse mais aqui e meus livros fossem espalhados por sebos e bibliotecas de natureza variada, a curiosidade de quem os folheasse fosse mordida pelo sinal que teria se tornado, então, um perfeito e insondável mistério.