Guia brasileiro de produção cultural

Nos anos de 1960 o design gráfico se norteava por princípios formais de certa rigidez, os mesmos adotados pelos profissionais suíços que definiam a norma mundial nesse setor e cuja prática era apoiada, em geral, por sólido
conhecimento da arte do tipo. Como consequência, o que os guiava, no plano visual, era o culto da concisão coincidente, em muitos aspectos, com a premissa em voga segundo a qual a forma devia seguir a função, custasse o que custasse. Ocorre que esse ascetismo caiu por terra na década seguinte – depois das rupturas no ocidente, em tantos setores, trazidas pelos movimento contestatários de 1968 – quando se passou do ascetismo à valorização de soluções gráficas que encerravam consideráveis cargas expressivas.

Em design a forma precisa, de fato, seguir a função. Mas precisa, também, atender as necessidades de expressão do profissional encarregado de dar conta do projeto que, assim como qualquer criador, tem suas preferências estéticas, suas maneiras de configurar e suas fases. Como se pode ver na capa aqui ao lado e nas outras duas que a antecederam nas publicações deste Instagram quando, partindo de uma postura de projeto semelhante e com base em elementos gráficos arbitrários e parecidos entre eles, tentou-se atender a conteúdos de tradução difícil, com propostas que pretenderam oferecer nada além de algum prazer visual.

O site da Ouro Sobre Azul utiliza cookies e tecnologias semelhantes para ajudar a oferecer uma experiência de uso mais rica e interessante.