Lado B

A capa de Lado B não poderia ser mais explícita porque o projeto gráfico da Ouro sobre Azul, feito para ela, mostra o “Lado A” e o “Lado B” de forma simultânea, integrando-os visualmente na mesma superfície. E faz isso a partir de expressões usadas no universo dos discos de vinil – com sua anatomia de duas faces – e do pressuposto que o conjunto de assuntos tratados por Sergio Augusto era vário, mesmo se unificado pelo estilo característico do autor.

Então, invés de buscar o caminho nas crônicas, a Ouro sobre Azul resolveu tratar de forma lúdica a fusão das duas faces numa só. E, para trazer o “Lado B” para o “Lado A” a solução encontrada foi picotar o papelão usado no revestimento e dotar o livro de orelhas extensas que tomassem praticamente toda a largura do miolo, para que as cores impressas no verso delas atravessassem os orifícios chegando à capa negra. Desse modo frente e verso se fundiriam e o “Lado A” e o “Lado B” apareceriam ao mesmo tempo, no mesmo plano. Sem esquecer a informação que, nos discos de vinil, o “Lado A” era reservado à música que parecia ter maiores possibilidades comerciais, enquanto que o “Lado B” trazia a produção mais autêntica.

Ao escolher o título do livro, essa circunstância não terá passado em branco a Sergio Augusto, observador atento dos cacoetes que povoam o mundo da produção cultural.

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