Macunaíma

O tratamento gráfico das obras completas de Mário de Andrade, fixado pela Ouro sobre Azul, obedeceu a critérios muito precisos para capa e miolo, na intenção de obter um resultado que distinguisse os livros como integrantes de um conjunto nitidamente diferenciável, a partir, justamente, das soluções dadas a esses dois setores.

No tocante à capa, o projeto estabeleceu que a imagem tomaria sempre a área toda, sofrendo algum tipo de distorção e desfoque para suavizar o excesso de realismo das fotos, base da quase todas elas. E sobre essa imagem meio distorcida, as duas áreas destinadas às informações principais seriam fixas, saltando nítidas numa relação ortogonal em que o título do livro seria acolhido em uma barra enquanto o nome do autor surgiria num corpo ainda maior – decisão que se justificava dada a importância de Mário de Andrade – vindo de baixo para cima, no canto direito do espaço inferior da capa. O tipo usado tanto para grafar as informações da capa quanto os textos, no miolo, foi o Caslon Pro, fabricado pela Adobe. No que se referia à diagramação do miolo, como todas seriam obras de texto e apenas poucas fugiriam a essa especificação contendo, por exemplo, notações musicais, pôde-se manter grande uniformidade, assim como ocorria com as capas.

A cada nova publicação ornamentos de apoio eram mudados, na intenção de conferir certa graça à aridez própria da composição tipográfica e, ao mesmo tempo, particularizar os lançamentos ainda que de forma discreta. A solução para a capa do primeiro título lançado – Macunaíma, o herói sem nenhum caráter – exemplifica bem as linhas gerais definidas pelo projeto e a imagem do fotógrafo Guilherme Gonçalves – detalhe de um cocar – foi captada no Museu do Indio, no Rio de Janeiro, segundo a direção de arte da Ouro sobre Azul. É importante frisar que o projeto das capas do conjunto contou com a presença ativa e constante das designers Erica Leal e Laura Escorel.

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