Michel Foucault

Tentando estabelecer relações entre alguns projetos da Ouro sobre Azul, no campo editorial, talvez se pudesse identificar em Entrevistas, publicado pela editora Graal no ano de 2006, o germe de uma linha gráfica que, sem ser propriamente uma linha, indicava, no entanto, certa forma de conceber e realizar imagens.

O texto do livro era composto por três depoimentos longos dados por Michel Foucault ao filósofo e jornalista Roger Paul-Droit. Para o designer, qualquer tentativa de traduzir graficamente algum dos títulos que tornaram Foucault conhecido – A história da loucura, As palavras e as coisas, Vigiar e punir, entre outros – estaria, fadada a não ultrapassar o limite do anedótico. Daí a arbitrariedade da solução que não quer dizer nada e também não remete a coisa nenhuma, a não ser, talvez, a um desejo de harmonia plástica por meio da disposição aleatória, no espaço da capa, de pequenos desenhos abstratos, resultantes da combinação de quatro elementos, apenas, que se relacionam de maneira livre e irregular: pequenas unidades de uma gramática visual inventada, induzindo o leitor a explorar a língua e o pensamento próprios de Michel Foucault.

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