O projeto da capa de O assassino e a musa, de Roa Lynn, é muito, muito antigo. Foi feito em 2001 quando a Ouro sobre Azul sequer sonhava em existir nos moldes em que existe hoje. Não passava, na verdade, de braço adjacente de uma empresa de design gráfico, usado apenas de forma esporádica e em situações muito especiais, para facilitar os trâmites burocráticos de algumas iniciativas, no emaranhado de normas e exigências que muitas vezes se interpõem à realização dos produtos culturais, no Brasil.
O cliente era a editora Francisco Alves e o tema do livro o deslumbramento, com nosso país, de uma jovem jornalista americana que viveu aqui em meados de 1960.
Quanto à solução da capa, ela não poderia ser mais literal: Nova York e Rio de Janeiro justapostas graficamente, duas cidades chave – no romance e na trajetória de vida de Roa Lynn. Então, para amenizar um pouco a banalidade da proposta, achou-se de dar às duas fotos um tratamento “dissolvente” de absoluta arbitrariedade, no qual as cores funcionassem como personagens principais.