O tupi e o alaúde

A capa do livro de Gilda de Mello e Souza, O tupi e o alaúde, de 1979, integra a fase inicial da produção da nossa jovem designer na lida com o mercado, momento em que pôde contar com o apoio generoso da editora Duas Cidades que a acolheu por anos seguidos, ajudando-a a firmar pé e adquirir certa confiança profissional num começo difícil e solitário. Porque nos anos de 1970 o design ainda era uma profissão recente, no Brasil, e a moça pertencia à primeira geração com curso superior específico, tentando abrir espaço num ambiente bastante hostil à especialidade em que tinha se formado.

Quanto ao texto de Gilda de Mello e Souza, ele surge como tentativa de reorganizar uma certa leitura de Mário de Andrade, em voga naqueles anos, que o opunha sistematicamente a Oswald de Andrade, sempre procurando diminuir o primeiro e enaltecer o segundo.

Grande conhecedora da obra de Mário, Gilda faz uma análise minuciosa do romance Macunaíma, a partir da qual contesta conceitos, na opinião dela, inadequados, que teriam servido de base a observações das quais discordava frontalmente. Com O tupi e o alaúde Gilda buscou redimensionar uma certa polêmica, apoiando os próprios argumentos na grande erudição e na conhecida sensibilidade crítica.

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