Os parceiros do Rio Bonito

Nesse princípio de carreira, quando submeteu o desenvolvimento profissional a um perigosíssimo isolamento por um bom par de anos, nossa jovem designer lutava – sozinha –, a cada encomenda, com o susto recorrente de se deparar com problemas gráficos para cuja solução sentia-se pouco preparada. A editora Duas Cidades teve a generosidade
de acolhê-la justamente nesse momento e a capa de Os parceiros do Rio Bonito, de Antonio Candido, de 1975, foi dos primeiros resultados dessa parceria. Na capa é visível uma certa rigidez formal, herdada da orientação pedagógica da Esdi Escola Superior de Desenho Industrial, naquele período, à qual se somou a influência que o design suíço exercia por toda a expressão gráfica, mundo afora.

Se comparada à capa do livro Saia branca, e que também se ressente de compromisso com o geométrico, se poderá perceber que a de Os parceiros do Rio Bonito é mais radical estando presa à uma abstração ainda maior, a um completo descolamento da realidade concreta. Como costumava acontecer, aliás, em meados do século passado, com
qualquer solução que pretendesse estar em sintonia com o que era feito no design gráfico internacional.

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