É de 1972 a capa do livro Saia branca, nome de uma flor que marca o conjunto de contos de Jurandir Ferreira, editado pela Livraria Duas Cidades. Dos primeiros projetos, portanto, com que nossa jovem designer se lançou no mercado, que surgia diante dela como realidade assustadora. Recém saída do curso superior e cheia de dúvidas acerca das próprias possibilidade, ela foi tateando de projeto em projeto, sempre muito só, sem diálogo com seus colegas, podendo contar, no entanto, nesse pedaço delicado, com as encomendas constantes da Duas Cidades, editora para a qual chegou a fazer bastante coisa e cuja confiança certamente contribuiu para torná-la uma profissional menos cética no tocante a seus recursos. Então, já nesse começo da vida profissional, começou a pôr em xeque a orientação extremamente rígida, característica da pedagogia educacional da ESDI, no tempo em que a cursou. Como consequência, a troca de ideias sobre a atividade projetual com os antigos colegas tendia a ser pouco produtiva na medida em que ela buscava uma via de expressão plástica mais livre, pouco compatível com o excesso racionalista do curso que a formara.
A capa de Saia branca teve papel importante nessa busca na medida em que, mesmo construída a partir de um pattern rigoroso, muito em voga naquele tempo, deixava entrever alguma inquietação com as possibilidades poéticas que, na verdade, podem se abrir ao designer gráfico em qualquer projeto.