Villa-Lobos – Uma vida de paixão

Villa-lobos, uma vida de paixão, de Zelito Vianna é um filme no qual a identidade visual caberia, como um todo, aos designers integrantes do setor de projeto da Ouro sobre Azul empresa que, naquela altura – ano 2000 – estava começando suas atividades. Mas, como ocorre com certa frequência no cinema de ficção, as expectativas em relação à trajetória dos filmes nem sempre são as mesmas junto a diretores e produtores. Os diretores buscam defender o compromisso com sua linha de expressão ao passo que os produtores se empenham, principalmente, em reaver o montante investido se possível com algum lucro. Sendo assim, a escolha do profissional para o projeto do letreiro – parte integrante do filme – pode caber ao diretor, no entanto isso dificilmente ocorrerá com as peças destinadas a anunciar e promover o produto, das quais se pede uma atuação vigorosa – persuasiva, mesmo – junto ao público potencial.

Nesse quadro, a Ouro sobre Azul precisou limitar a atuação em Villa-lobos, uma vida de paixão ao letreiro do filme, já que as soluções apresentadas para as outras peças não foram aceitas pela produção, embora o logotipo tenha sido usado
com destaque em todas elas. E no que se refere especificamente ao título – tratado como logotipo –, o que norteou o projeto gráfico foi uma certa identificação com as cores nacionais de nosso país, com a notação musical e com a ideia de autoria conferida pelo manuscrito.

Quanto a isso, uma curiosidade. Como Antonio Candido tivesse a letra nítida e firme, além de uma relação muito próxima com a Ouro sobre Azul, pediu-se a ele que grafasse o título várias vezes, com penas de diferentes espessuras e o manuscrito escolhido passou a compor o logotipo fechando, na perfeição, o efeito desejado.

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